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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Contas de luz devem subir em média 7% este ano

ANEEL determina que consumidores paguem indenização às transmissoras de energia. A conta é salgada: R$ 11 bilhões de um total de R$ 62 bilhões

 

A Agência Nacional de Energia Elétrica - a ANEEL - determinou que os consumidores paguem uma indenização às transmissoras de energia. A conta é salgada: já em 2017, R$ 11 bilhões de de um total de R$ 62 bilhões, a serem pagos até 2024.

Resultado: a conta de luz deve subir em média 7,17% este ano. Esse percentual pode variar, dependendo das distribuidoras.
Por causa da recessão, o país está com energia sobrando. Pode não parecer, mas isso também é um problema e o consumidor corre o risco de, mais uma vez, pagar a conta do desajuste.
Os reservatórios das hidrelétricas estão em situações bem diferentes entre as regiões. Nos subsistemas Sudeste/ Centro-Oeste e também no Sul o nível se recuperou depois da grave crise de 2015, mas está longe do ideal.
Já no Nordeste, o cenário é crítico. O principal reservatório, Sobradinho, vive o pior cenário em décadas. No Norte a situação não é tranquila. É de lá um dos reservatórios em pior estado: o de Serra da Mesa, perto da cabeceira do Rio Tocantins, onde a equipe do JG esteve no mês passado.
O reservatório está 35 metros abaixo do limite básico operacional. Se baixar mais 8 metros, inviabiliza a geração de energia elétrica.
Há um ano, nessa mesma época, os reservatórios brasileiros estavam mais cheios.
Apesar disso, está descartada a possiblidade de faltar energia em 2017. A principal razão não é boa.
Dois anos de recessão provocaram dois anos seguidos de queda no consumo de energia.
O outro motivo é bom: entrou bastante energia nova no sistema.
Essa sobra de energia, que, à primeira vista, pode até parecer positiva, criou um desequilíbrio.
Segundo a Associação das Distribuidoras, 75% das concessionárias no país estão com esse problema. A lei permite que até 5% da sobra de energia seja repassada logo para a conta de luz.
O que vai além disso, as distribuidoras discutem com a ANEEL a possibilidade de também compartilhar com o consumidor.
Para tentar diminuir esse problema de sobra de energia, o conselho que monitora o sistema propôs um leilão para descontratar energia de reserva. É uma situação inédita no país.
A ideia é que geradoras de energia possam cancelar esses contratos, mas vão ter que pagar uma multa. E esse dinheiro abateria parte de um dos componentes da conta de luz que todo mundo já paga - aparece como encargos setoriais.
Seria uma tentativa de diminuir um pouco a conta, mas o analista explica porque não há muito espaço para a energia ficar mais barata.
A decisão da ANEEL desta terça (21) de repassar para o consumidor uma conta que o governo não conseguiu pagar para as empresas de transmissão mostra que no sistema interligado no país todo não há segredo: quando há um desajuste, todos acabam pagando. Mas o Ministério de Minas e Energia faz uma promessa: para o consumidor anotar e cobrar.

 

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